quarta-feira, 31 de julho de 2013

São João da Boa Vista está entre as 50 cidades com melhor IDH do país

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgou ontem, 29/07, os dados do Atlas Brasil 2013, que apresenta o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 5.565 municípios.

O índice considera que apenas o crescimento econômico não é suficiente para medir o desenvolvimento de uma cidade, o IDHM é constituído da avaliação de critérios relacionados à saúde, educação e renda.

Em termos numéricos o índice é calculado de zero a um. O zero significa nenhum desenvolvimento humano, e um, desenvolvimento humano total. Quanto mais próximo de um, mais desenvolvido é o município.
A classificação do IDHM geral do Brasil mudou de "muito baixo" (0,493), em 1991 para "alto desenvolvimento humano" (0,727), em 2010. Em 2000, o IDHM geral do Brasil era 0,612, considerado "médio".
Metodologia usada no Atlas 2013 do PNUD é diferente da aplicada em 1998 e 2003, o Indicador 'educação' ficou mais exigente, disse analista do órgão da ONU. Para o IDHM 2013, o acesso ao conhecimento de cada município foi medido pela composição de dois subindicadores com pesos diferentes: escolaridade da população adulta e fluxo escolar da população jovem.
São João da Boa Vista obteve entre os 5.565 municípios do país um índice de Desenvolvimento Humano Municipal de 0, 797, (50ª colocada) resultado considerado pela ONU como “alto”, que é constituído da avaliação de critérios relacionados à saúde, educação e renda dos moradores da cidade.

As faixas classificatórias do Índice de Desenvolvimento Municipal (IDHM) são "muito baixo" (0 a 0,499); "baixo" (0,500 a 0,599); "médio" (0,600 a 0,699); "alto" (0,700 a 0,799) e "muito alto" (0,800 a 1).
Além de São João, também ocupa o 50º lugar a cidade de São José do Rio Preto, o índice de desenvolvimento sanjoanense é maior que algumas cidades da região como Paulínia (56ª), Nova Odessa (62ª), Indaiatuba (76ª), Espírito Santo do Pinhal (85ª), Piracicaba (92ª), Jaguariúna (100ª), Mogi Mirim (101ª), Poços de Caldas (141ª), Limeira (178ª), Mogi Guaçu (185ª), Mococa (335ª), Vargem Grande do Sul (850ª), Casa Branca (1.021ª), Aguaí (1.454ª).
Renda

O critério usado para calcular a renda média de cada pessoa é a renda municipal per capita, ou seja, a renda média de cada residente no município. Para se chegar a esse valor soma-se a renda de todos os residentes e divide-se pelo número de pessoas que moram no município (inclusive crianças ou pessoas com renda igual a zero). Nesse quesito impressiona o fato das quatro cidades com o IDHM Renda mais baixos do país ser do estado do Maranhão.
Acesso à educação

A escolaridade é outro critério que compõe o IDHM. O acesso à educação é medido pela média de anos de educação de adultos e pela expectativa de anos de escolaridade para crianças. O IDHM Escolaridade tem a maior distorção entre os municípios. Melgaço (PA) tem índice quatro vezes pior que Águas de São Pedro (SP), que apresenta o melhor resultado. A cidade paraense está no final da lista com outros quatro municípios do Norte. E, novamente, os melhores aparecem estão no Sul e Sudeste.
A escolaridade da população adulta foi medida pelo percentual de pessoas com 18 anos ou mais de idade com fundamental completo e tem peso 1. O fluxo escolar dos jovens foi medido pela média aritmética do percentual de crianças entre cinco e seis anos frequentando a escola, do percentual de jovens entre 15 e 17 anos com ensino fundamental completo e do percentual de jovens entre 18 e 20 anos com ensino médio completo. Tem peso 2. A média geométrica desses dois componentes resulta no IDHM Educação.
Devido à mudança de metodologia no cálculo do indicador “educação”, o PNUD considera errado comparar o IDHM 2013 com os índices divulgados em 1998 e 2003.
Expectativa de vida
O IDHM de longevidade é medido pela expectativa de vida. São João da Boa Vista atinge o índice de 0,871, considerado muito alto neste quesito. Neste item, os cinco municípios do topo da lista são de Santa Catarina. Já entre os que os ocupam as últimas posições, cinco estão em estados do Nordeste.
O IDH de São João da Boa Vista está acima da evolução no país nos últimos 20 anos

O gráfico acima mostra a evolução do IDH no país nos últimos 20 anos, chegando neste ano ao IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal na média de 0,727, e São João atinge neste item 0,797.

Quanto à educação a média nacional é de 0, 637, e São João recebeu 0, 749 de avaliação, portanto mais de um ponto em relação ao índice nacional.
Os dados referentes à renda na média nacional apontou 0,739 e o índice de São João chegou a 0, 776, também maior que o nacional.
IDHM de Longevidade no Brasil aponta 0,816, enquanto a expectativa do aumento de vida na cidade sanjoanense foi maior que o nacional, chegando a 0, 871, considerando muito alto pelo Programa das Nações Unidas.
* Celso Jardim (com informações das Agências de Notícias)

 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Nasce em São João da Boa Vista novo polo aeronáutico

O Aeroporto Municipal de São João da Boa Vista, localizado a 215 km de São Paulo, estava praticamente às moscas até um ano atrás. Sem voos regulares, a pista de 1,5 mil metros - maior do que as duas pistas do Santos Dumont, no Rio - era usada apenas por 15 proprietários de aviões. Para dar vida ao espaço, a prefeitura correu atrás de fabricantes de aviões com a proposta de criar um polo aeronáutico dentro do aeroporto. Até agora, duas empresas aceitaram o convite - e os incentivos fiscais - e transferiram suas fábricas para o local.

"Começamos a olhar o nosso aeroporto com uma visão de negócios", disse Amélia Queiroz, diretora de planejamento da prefeitura de São João da Boa Vista, um município de cerca de 85 mil habitantes.

A primeira a mudar sua sede para o município paulista foi a Indústria Paulista de Aeronáutica (Inpaer), criada em 2001, em Campinas, com foco em aviões esportivos. A empresa ocupava um hangar de 2,5 mil metros quadrados no Aeroporto Estadual Campo dos Amarais até o ano passado. "Estávamos saindo da fase de fundo de quintal para um profissionalismo. Para crescer, tínhamos de sair de lá", conta o sócio-fundador da empresa, Caio Jordão.

A solução começou a aparecer seis anos atrás, quando um piloto amador bateu à porta da Inpaer com um recado do então prefeito de São João da Boa Vista. A prefeitura tentava tirar da gaveta o projeto de criação do polo aeronáutico, que já existia quando o aeroporto foi construído no fim dos anos 70.

O prefeito da época pediu ao amigo Antonio Curtiu para convidar alguns fabricantes a se mudar para a cidade. "Não conhecia a Inpaer. Tinha procurado uma concorrente e ouvi um não. Meses depois li em uma revista de aviação sobre um avião novo da empresa e decidi procurá-los", lembra Curtiu.

A Inpaer passou a negociar com a prefeitura sua transferência para a cidade, em troca de incentivos: doação de terreno para a fábrica, isenção de impostos municipais por 20 anos e apoio à contratação de mão de obra.

A nova fábrica foi inaugurada em 2012, em um galpão de 7 mil metros quadrados, dentro do aeroporto da cidade. Lá trabalham 80 pessoas e são produzidos entre sete e oito aviões por mês, de quatro modelos diferentes.

A segunda a integrar o polo aeronáutico de São João da Boa Vista foi a Golden Flyer, fabricante do avião anfíbio Seamax. A companhia estava havia 12 anos no mercado e tinha até o ano passado sede no Clube Esportivo de Voo (CEU), em Jacarepaguá, no Rio. O local, no entanto, será demolido para dar espaço para o Parque Olímpico.

"Precisávamos de uma nova sede. Seis cidades se ofereceram para nos doar terrenos. Viemos para cá porque ganhamos um espaço dentro do aeroporto e há uma proposta de qualificação de mão de obra", disse Ernesto Paulozzi Junior, um dos sócios da empresa, que acumula 120 aeronaves entregues, 90 delas para exportação.

A Golden Flyer está provisoriamente em um galpão no distrito industrial da cidade, até que sua fábrica no aeroporto fique pronta.

Efeito cascata. Para fazer o polo aeronáutico decolar, a prefeitura aposta que os próprios empresários chamem seus parceiros e fornecedores para abrir unidades na cidade. A Inpaer, por exemplo, fechou no ano passado uma joint venture com a Aerogard, que monta aviões importados e tem sede em Itápolis (SP). A empresa já aprovou a transferência de sua fábrica para São João da Boa Vista, ao lado da Inpaer, em um terreno que ocupa uma área de 21 mil metros quadrados.

"Temos 28 funcionários em Itápolis e vamos contratar uns 80 em São João quando a fábrica daqui ficar pronta. A área construída vai dobrar para 6 mil metros quadrados", conta o empresário Hélio Gardini, sócio da Aerogard. Hoje a empresa monta em média 20 aviões por ano de seis modelos diferentes, como os esportivos RV-7 e o RV-9, da americana Van's Aircraft.

Além da Inpaer e da Golden Flyer, a prefeitura negocia com cinco empresas do setor, entre fabricantes de aeronaves e de peças. Mas, antes de acomodar novas fábricas, o município quer fazer um plano diretor para planejar a ocupação do terreno do aeroporto, uma área de 415 mil metros quadrados.

Além de abrigar fabricantes de aeronaves, o município quer avaliar se poderá receber operações de carga e voos regionais. São João da Boa Vista não está na lista dos 270 aeroportos que o governo pretende reformar para receber voos regionais, mas o prefeito diz que fará de tudo para convencer o governo que merece o investimento.

Fonte: jornal "O Estado de S.Paulo"