segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Terceirizados, trabalhadores que são precarizados

São vítimas de uma teoria fatal para os trabalhadores: o neoliberalismo
A terceirização é uma realidade incontestável no mercado de trabalho do país. Transformou-se em fenômeno mundial em fins dos anos 80 e início dos 90, desencadeada pelo Consenso de Washington, chamado também de neoliberalismo, que nasceu em 1989, criada pelo economista inglês John Williamson, ex-funcionário do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Por decisão do Congresso norte-americano, as medidas do Consenso de Washington foram adotadas como imposições na negociação das dívidas externas dos países latino-americanos, como os de FHC (1995-2002) no Brasil e Carlos Menem (1889-1999) na Argentina.
O neoliberalismo prega que o funcionamento da economia deve ser entregue às leis de mercado. Entre as principais características se destacavam os itens flexibilizar as leis trabalhista, como a redução de subsídios e gastos sociais por parte dos governos e desregulamentação do mercado de trabalho, para permitir novas formas de contratação que reduzam os custos das empresas.
Alguns defendem o processo, dizendo que ele trouxe mais oportunidades de vagas, os movimentos sindicais lembram que representam os trabalhadores e atestam que a terceirização tem contribuído com a precarização das relações trabalhistas, especialmente no Brasil, onde a falta de uma legislação para regulamentá-la prejudica os que atuam em empresas terceirizadas.
O mercado de trabalho brasileiro registrou 8,5 milhões de trabalhadores terceirizados em 2010, segundo pesquisa do Sindeprestem - Sindicato das Empresas Prestadoras de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário do Estado de São Paulo, o sindicato que representa as empresas prestadoras de serviços a terceiros.
A terceirização mudou as relações de trabalho para pior. Os trabalhadores terceirizados normalmente têm direitos e benefícios inferiores aos oferecidos pela empresa que os contrata (terceiriza). “Muitas vezes fazem jornadas de trabalho maiores e em muitas situações sequer são contratados formalmente (com registro em carteira)", diz Jefferson José da Conceição, economista do DIEESE.
A prática de contratação recorrente em quase todos os segmentos seja no comércio, indústria, serviços e atividade pública e vem sendo adotada pelas empresas para reduzir custos, partilhar riscos, aumentar a flexibilidade organizacional e retirar direitos trabalhistas, porque é onde existe maior pressão no sentido flexibilizar o mercado de trabalho, com reflexos na contratação.
Trabalhadores terceirizados são vítimas mais fáceis de todas às dificuldades existentes nas relações de trabalho. Geralmente são contratados e expostos aos piores trabalhos e a situações mais arriscadas. O estresse é sempre agravado pela instabilidade do vínculo empregatício e medo da demissão.

Um comentário:

  1. Acho que você acertou na mosca, no Brasil não temos terceirização, mas precarização. não apoio o neo-liberalismo, porem acredito que possa existir a terceirização desde de que a premissa básica para tal não seja de caráter econômico ou financeiro.

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