domingo, 11 de dezembro de 2011

Datafolha: Kassab é um espanta eleitor

Pesquisa traz série de más notícias para o tucano-kassabismo
Nome mais viável do PSDB, José Serra é também o campeão de rejeição, o que mantém dilema no partido
A pesquisa Datafolha publicada hoje traz uma série de más notícias combinadas para PSDB e PSD, que venceram as duas últimas eleições para a Prefeitura de São Paulo.
A primeira delas é que o nome mais viável para uma eventual aliança entre os dois partidos, o do ex-governador e ex-prefeito José Serra, é também o campeão de rejeição -o que torna arriscado apostar no sucesso dessa eventual saída, que hoje, o próprio Serra descarta.
A segunda é que, sem Serra, todos os nomes colocados na praça tanto entre os tucanos quanto entre os aliados do prefeito são "japoneses": pontuam no máximo 6%, patamar de Bruno Covas.
O terceiro revés no caminho da aliança é a altíssima taxa de rejeição do prefeito Gilberto Kassab. Além de ter voltado ao patamar de 40% de ruim e péssimo, Kassab é, hoje, um espanta-eleitor: 49% dizem que o apoio do prefeito seria razão para não votar em um candidato.
Por fim, para coroar o cenário ruim para o tucano-kassabismo, o ex-presidente Lula aparece na pesquisa como o grande eleitor em São Paulo -cidade onde o PT não vence desde o segundo turno de 2002, com o próprio Lula.
A única variação significativa fora da margem de erro entre as pesquisas de setembro e a atual, aliás, é esta: subiu de 40% para 48% o número de entrevistados que dizem que poderiam votar num nome indicado por Lula.
Não bastasse isso, o maior padrinho do PSDB, Geraldo Alckmin, não tem o mesmo peso, além de ter sua influência em curva descendente.
Tanto tempo antes da eleição, nenhum desses prognósticos é definitivo. O maior impacto da pesquisa deve ser, portanto, sobre a costura de candidaturas e alianças.
Serra continuará sendo pressionado a ser candidato, pelo fato de ser o mais bem posicionado no grid.
Mas a alta rejeição deve servir de combustível aos que pregam a renovação no partido, além de agir como fator refratário para que ele aceite uma candidatura para a qual já disse não estar disposto.
LULODEPENDÊNCIA
No PT, a boa notícia é o alto cacife de Lula e, em menor escala, de Dilma na eleição.
Se havia dúvida de que o ex-presidente se empenharia na sucessão, o cancelamento das prévias e a aclamação de Fernando Haddad trataram de dissipá-la.
Resta saber se empenho e potencial de transferência farão de Haddad-2012 o que foi Dilma-2010. O ministro "mesmo na mídia há seis meses e sem rivais internos- por ora não é menos "japonês" que seus adversários".
Sua candidatura ainda não conquistou nem os simpatizantes do PT, o que mostra que precisará de doses cavalares de Lula na veia.

Com Folha de S.Paulo

Um comentário:

  1. O cenário político parece trazer " boas novas" para as eleições do próximo ano. Pela primeira vez os tucanos estão muito, muito preocupados com a possibilidade, bastante razoável, de perderem não somente as eleições de 2012 na Capital como no estado que dominam há décadas. Ademais, depois desse livro do Amaury, eles estão com as barbas de molho. É esperar .

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