terça-feira, 10 de novembro de 2009

O muro e as visitas não evitam conflitos



O conflito árabe-israelense no Oriente Médio é um dos mais longos da história da humanidade. Acontece desde o fim do século XIX em constantes ataques de cada lado, com cenas de tristes lembranças.

Nesse mês de novembro o Brasil recebe a visita do presidente de Israel, Shimon Peres e na semana seguinte o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad que também fará uma visita ao país.

Entre as várias homenagens da comunidade israelita e contatos com a diplomacia do governo brasileiro, Shimon Peres deverá usar a palavra para manifestar-se contra a vinda ao país do presidente do Irã, e o perigo que representa o programa nuclear de Ahmadinejad, além de pregar o desejo de varrer Israel do mapa e negar a existência do Holocausto.

Para cada visita as comunidades em São Paulo farão provavelmente manifestações contrárias à presença dos dois, os árabes radicados aqui contra Shimon, e os israelitas contra a presença em território nacional do líder iraniano.

Os palestinos já programaram e convocaram líderes das entidades para protestarem principalmente contra o muro que ainda não está concluído e que divide as duas cidades, Jerusalém do lado de Shimon e a Cisjordânia do lado palestino.

Cerca de dois terços dos árabes da Palestina fugiram ou foram expulsos dos territórios que ficaram sob controle judaico. As Nações Unidas estimam que cerca de 750 mil árabes tornaram-se refugiados como consequência do conflito e a divisão das cidades.

A muralha começou a ser construída em 2002, durante o governo do primeiro ministro israelense, Ariel Sharon, para evitar a infiltração de terroristas suicidas palestinos em Israel. A iniciativa suscitou críticas da comunidade internacional, que considera o muro como um símbolo de segregação.

No ano passado em pleno mandato de Shimon Peres as Forças de Defesa de Israel iniciaram a sua mais intensa operação militar, agora por cima do muro, contra um território palestino desde a Guerra dos Seis Dias (1967). Oficialmente, o objetivo da operação era interromper os ataques de foguetes da facção palestina, Hamas, contra o território israelense.

Há 60 dias a comissão da comissão do Conselho de Direitos Humanos da ONU apresentou seu relatório, concluindo que Israel "cometeu crimes de guerra e, possivelmente, contra a humanidade".

Segundo números do conflito recente denominado de Operação Chumbo Fundido resultou na morte de mais de 1.500 palestinos, mais da metade deles civis. 780 deles não participaram nos combates, incluindo 320 jovens ou crianças (252 com menos de 16 anos) e 111 mulheres. Do lado de Israel, foram declarados 13 mortos, sendo três deles por "fogo amigo".

O embaixador de Israel no Brasil, Giora Becher, disse que a presença do iraniano é observada "com preocupação" e defendeu uma advertência internacional contra o programa nuclear do Irã.

Como no muro (na foto acima), em construção na Cisjordânia que divide os dois povos, a Frente de Defesa do Povo Palestino de São Paulo já convocou um ato de repúdio ao Shimon Peres, O Senhor Guerra, como é conhecido no Oriente Médio, em frente ao MASP, no dia 12, quinta-feira, às 16h.

Veremos nesse mês manifestações contrárias das duas comunidades que aqui vivem aos dois visitantes ao país, e que "Salam Aleikum".



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