domingo, 15 de maio de 2011

Nakba, a esperança que devolvam a chave de casa

A repressão aos protestos palestinos que lembravam o 63º aniversário da Nakba (catástrofe), que recorda o êxodo palestino depois da criação do Estado de Israel, em 1948, deixou pelo menos 15 mortos hoje (15) nas fronteiras com a Síria e o Líbano, além de Gaza e Tel Aviv.
Centenas de palestinos que tentaram cruzar a fronteira israelense desde a Síria, a Faixa de Gaza e o Líbano foram baleados por soldados do exército israelense, o que deixou cinco manifestantes mortos na fronteira síria e dez na libanesa. Dezenas de pessoas foram feridas em Gaza e na Cisjordânia.
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) pediu a “máxima contenção” às partes envolvidas em graves enfrentamentos, que também deixaram cerca de 200 feridos no lado libanês, segundo informou a agência de notícias DPA.
Na fronteira libanesa, a matança produziu-se quando as tropas israelenses dispararam contra os grupos de manifestantes que portavam bandeiras palestinas ao grito de “queremos que nos devolvam nossa terra”, ao desafiarem a recomendação dos organizadores e do exército libanês de não se aproximarem da cerca que separa o Líbano de Israel.
Na fronteira síria, perto da localidade drusa de Majdal Shams, além dos quatro mortos, dezenas ficaram feridos depois de serem baleados por soldados israelenses, informou a cadeia de TV Al Arabiya.
O exército israelense comunicou, por meio do porta-voz, o tenente coronel Yoav Mordechai, que considera "muito grave" a incursão palestina desde a Síria no território das Colinas de Golã.
Em Tel Aviv, uma mulher morreu e 15 pessoas ficaram feridas depois que um caminhão bateu em vários veículos num incidente que a polícia investiga para determinar se se tratou de um acidente de trânsito ou de um ataque vinculado à data.
Os cerca de 1,5 milhões de árabes israelenses são descendentes dos 160.000 palestinos que permaneceram no país depois da criação do Estado judeu. Cerca de 760.000 palestinos foram forçados ao exílio.
A sorte destes refugiados e de seus descendentes, que representam no total quase 4,5 milhões de pessoas, é um dos temas mais sensíveis do conflito israelense-palestino. Israel se recusa a deixar que esses refugiados voltem para seu território.
Os palestinos ainda se lembram da noite em que as forças israelenses invadiram a aldeia, que tinha cerca de 5.000 habitantes em 15 de maio de 1948. A maioria das casas foi arrasada pelos soldados israelenses. "Até daqui a um milhão de anos, estaremos pedindo o direito ao retorno dos refugiados na Palestina", diz um refugiado.


Com agência Brasil

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