Postos lotados, diagnósticos errados, prontos-socorros fechados. Faltam médicos e enfermeiros
O Pronto-Socorro fecha as portas em casos de emergência. O paciente que precisa de UTI pode ter a vaga negada. Postos de saúde e atendimentos ambulatoriais vivem superlotados. Faltam médicos e enfermeiros. A cirurgia pode levar mais de dois anos para ser realizada.
A consulta pode não ser marcada por falta de especialista. Multiplicam-se os casos de diagnósticos equivocados. Essas são as dificuldades que os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) enfrentam quando buscam atendimento de emergência e serviço ambulatorial em São Paulo.
Bastidores da UTI do Hospital do Campo Limpo
O sistema de saúde paulista impõe mortes evitáveis. E a sobrevivência dos pacientes se relaciona com o tempo em que é efetuado um procedimento. É o que constata a experiência de 40 anos do médico de hospitais da periferia Jorge Villejas Pantoja, que se especializou em cirurgia cardíaca com o professor Zerbini.
Nos últimos anos, ele trabalhou no Hospital Municipal de Campo Limpo – “um hospital de guerra, subdimensionado” – e cuidou das emergências da Região Sul, onde há 300 leitos para quatro milhões de habitantes! O doutor Pantoja conta: “Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) todos os leitos estão ocupados e muitos pacientes em situação crítica têm de esperar em corredores de outros hospitais, em prontos-socorros ou em UBS da periferia, o que, muitas vezes, resulta em óbito”.
O doutor Pantoja afirma que no Hospital Campo Limpo o socorro aos infartados é dramático. “A angioplastia, cirurgia de desobstrução da coronária, é uma forma de tratamento que requer um equipamento chamado emodinâmica, que não é caro. Mas na Zona Sul, nenhuma instituição pública tem esse aparelho. Sem o aparelho, o paciente é removido para outro hospital.”
Dinheiro da saúde é aplicado no mercado financeiro
Em dez anos, cerca de R$ 350 milhões, repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o programa de assistência farmacêutica básica no Estado, sumiram dos cofres do governo paulista. O dinheiro garantiria aos usuários do SUS acesso gratuito a remédios, sobretudo aos mais caros, destinados a tratamentos de doenças crônicas e terminais.
A auditoria, pedida pelo Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF), da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, detectou que, dessa dinheirama, o governo paulista misturou com as receitas estaduais, numa conta única da Secretaria de Fazenda, R$ 44 milhões repassados pelo SUS – a Constituição determina que para gerenciar dinheiro do SUS, os Estados abram uma conta específica, de movimentação transparente e facilmente auditável, para garantir a plena fiscalização do Ministério da Saúde e da sociedade. “Os valores foram transferidos imediatamente depois de depositados pelo ministério e pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS), por meio de Transferência Eletrônica de Dados (TED)” – diz o documento.
O Denasus descobriu ainda que entre 2006 e 2009 – governos Alckmin e Serra –, São Paulo aplicou R$ 66,8 milhões destinados à saúde no mercado financeiro.
Com Rede Brasil Atual
Hospital referência em tratamento do câncer implanta técnica inovadora de gestão
ResponderExcluirO sistema desenvolvido pela montadora de veículos Toyota, batizado por pesquisadores americanos de lean manufacturing, é atualmente reconhecido como um dos mais poderosos sistemas de gestão de operações e está sendo adotado por um grupo cada vez maior de empresas no Brasil e no mundo.
Essa prática começa a ser utilizado também no setor de saúde e as primeiras implementações deste sistema já são vistas em hospitais dos Estados Unidos, Inglaterra, Canadá e Austrália, recebendo a denominação de Lean Healthcare. Aos poucos os hospitais brasileiros começam a se deparar com os benefícios da utilização das práticas da Toyota, e o Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho – ICAVC - é um dos pioneiros e inciou sua jornada Lean no início deste ano.
Do total de pacientes do SUS do município de São Paulo que necessitam de tratamento oncológico, o ICAVC é responsável por 10% das quimioterapias e 25% das radioterapias.
O trabalho de Lean Healthcare no ICAVC iniciou-se na quimioterapia, por ser um setor que necessitava de melhorias nas condições de atendimento aos pacientes e também poderia trazer bons retornos financeiros ao hospital.
Antes do início do projeto, um paciente que chegava ao ICAVC e necessitava de um tratamento quimioterápico, levava cerca de 40 a 80 dias para receber a primeira infusão de medicamentos e após a aplicação de alguns conceitos do Lean, este tempo está em apenas 6 dias. Para um paciente com câncer, qualquer dia ganho antes do início do tratamento é fundamental.
Através da utilização das práticas advindas da Toyota, foi possível aumentar a produtividade da quimioterapia em 22%. Antes do projeto, realizava-se em média 1500 infusões por mês. Atualmente, são realizadas mais de 1900 infusões, ou seja, mais pacientes podem ser atendidos com a mesma quantidade de enfermeiras, assistentes e poltronas.
Outro ganho que já pode ser observado no ICAVC, é a redução do tempo de espera dos pacientes no dia da sessão de quimioterapia. Antes da aplicação do Lean Healthcare o tempo que o paciente ficava esperando até ser chamado para receber a medicação variava entre zero a cinco horas e atualmente o paciente espera no máximo duas horas, ou seja, uma redução de 60% no tempo de espera máximo dos pacientes.
Outros resultados significativos após a implementação de algumas técnicas do Lean Healthcare no ICAVC
· Redução de até 74% no tempo de aprovação de procedimentos administrativos para inicio do tratamento
· Aplicação do conceito de fluxo contínuo na divulgação dos resultados de exames e conseqüentemente na agilidade e qualidade do atendimento
· Redução de 45% no tempo de carregamento (processo de montagem de kit de medicação e acomodação do paciente na cadeira)
Padronização no trabalho das enfermeiras e da farmácia criando um fluxo de informação e melhorando a qualidade do trabalho e conseqüentemente do atendimento
Pedro Oswaldo Nastri
Assessor de Imprensa do Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho
Diretor da Associação Paulista de Imprensa
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