domingo, 29 de maio de 2011

A saúde em São Paulo vai de mal a pior

Postos lotados, diagnósticos errados, prontos-socorros fechados. Faltam médicos e enfermeiros
O Pronto-Socorro fecha as portas em casos de emergência. O paciente que precisa de UTI pode ter a vaga negada. Postos de saúde e atendimentos ambulatoriais vivem superlotados. Faltam médicos e enfermeiros. A cirurgia pode levar mais de dois anos para ser realizada.
A consulta pode não ser marcada por falta de especialista. Multiplicam-se os casos de diagnósticos equivocados. Essas são as dificuldades que os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) enfrentam quando buscam atendimento de emergência e serviço ambulatorial em São Paulo.
Bastidores da UTI do Hospital do Campo Limpo
O sistema de saúde paulista impõe mortes evitáveis. E a sobrevivência dos pacientes se relaciona com o tempo em que é efetuado um procedimento. É o que constata a experiência de 40 anos do médico de hospitais da periferia Jorge Villejas Pantoja, que se especializou em cirurgia cardíaca com o professor Zerbini.
Nos últimos anos, ele trabalhou no Hospital Municipal de Campo Limpo – “um hospital de guerra, subdimensionado” – e cuidou das emergências da Região Sul, onde há 300 leitos para quatro milhões de habitantes! O doutor Pantoja conta: “Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) todos os leitos estão ocupados e muitos pacientes em situação crítica têm de esperar em corredores de outros hospitais, em prontos-socorros ou em UBS da periferia, o que, muitas vezes, resulta em óbito”.
O doutor Pantoja afirma que no Hospital Campo Limpo o socorro aos infartados é dramático. “A angioplastia, cirurgia de desobstrução da coronária, é uma forma de tratamento que requer um equipamento chamado emodinâmica, que não é caro. Mas na Zona Sul, nenhuma instituição pública tem esse aparelho. Sem o aparelho, o paciente é removido para outro hospital.”
Dinheiro da saúde é aplicado no mercado financeiro
Em dez anos, cerca de R$ 350 milhões, repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o programa de assistência farmacêutica básica no Estado, sumiram dos cofres do governo paulista. O dinheiro garantiria aos usuários do SUS acesso gratuito a remédios, sobretudo aos mais caros, destinados a tratamentos de doenças crônicas e terminais.
A auditoria, pedida pelo Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF), da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, detectou que, dessa dinheirama, o governo paulista misturou com as receitas estaduais, numa conta única da Secretaria de Fazenda, R$ 44 milhões repassados pelo SUS – a Constituição determina que para gerenciar dinheiro do SUS, os Estados abram uma conta específica, de movimentação transparente e facilmente auditável, para garantir a plena fiscalização do Ministério da Saúde e da sociedade. “Os valores foram transferidos imediatamente depois de depositados pelo ministério e pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS), por meio de Transferência Eletrônica de Dados (TED)” – diz o documento.
O Denasus descobriu ainda que entre 2006 e 2009 – governos Alckmin e Serra –, São Paulo aplicou R$ 66,8 milhões destinados à saúde no mercado financeiro.

Com Rede Brasil Atual

Um comentário:

  1. Hospital referência em tratamento do câncer implanta técnica inovadora de gestão

    O sistema desenvolvido pela montadora de veículos Toyota, batizado por pesquisadores americanos de lean manufacturing, é atualmente reconhecido como um dos mais poderosos sistemas de gestão de operações e está sendo adotado por um grupo cada vez maior de empresas no Brasil e no mundo.
    Essa prática começa a ser utilizado também no setor de saúde e as primeiras implementações deste sistema já são vistas em hospitais dos Estados Unidos, Inglaterra, Canadá e Austrália, recebendo a denominação de Lean Healthcare. Aos poucos os hospitais brasileiros começam a se deparar com os benefícios da utilização das práticas da Toyota, e o Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho – ICAVC - é um dos pioneiros e inciou sua jornada Lean no início deste ano.
    Do total de pacientes do SUS do município de São Paulo que necessitam de tratamento oncológico, o ICAVC é responsável por 10% das quimioterapias e 25% das radioterapias.
    O trabalho de Lean Healthcare no ICAVC iniciou-se na quimioterapia, por ser um setor que necessitava de melhorias nas condições de atendimento aos pacientes e também poderia trazer bons retornos financeiros ao hospital.
    Antes do início do projeto, um paciente que chegava ao ICAVC e necessitava de um tratamento quimioterápico, levava cerca de 40 a 80 dias para receber a primeira infusão de medicamentos e após a aplicação de alguns conceitos do Lean, este tempo está em apenas 6 dias. Para um paciente com câncer, qualquer dia ganho antes do início do tratamento é fundamental.
    Através da utilização das práticas advindas da Toyota, foi possível aumentar a produtividade da quimioterapia em 22%. Antes do projeto, realizava-se em média 1500 infusões por mês. Atualmente, são realizadas mais de 1900 infusões, ou seja, mais pacientes podem ser atendidos com a mesma quantidade de enfermeiras, assistentes e poltronas.
    Outro ganho que já pode ser observado no ICAVC, é a redução do tempo de espera dos pacientes no dia da sessão de quimioterapia. Antes da aplicação do Lean Healthcare o tempo que o paciente ficava esperando até ser chamado para receber a medicação variava entre zero a cinco horas e atualmente o paciente espera no máximo duas horas, ou seja, uma redução de 60% no tempo de espera máximo dos pacientes.

    Outros resultados significativos após a implementação de algumas técnicas do Lean Healthcare no ICAVC

    · Redução de até 74% no tempo de aprovação de procedimentos administrativos para inicio do tratamento

    · Aplicação do conceito de fluxo contínuo na divulgação dos resultados de exames e conseqüentemente na agilidade e qualidade do atendimento

    · Redução de 45% no tempo de carregamento (processo de montagem de kit de medicação e acomodação do paciente na cadeira)

    Padronização no trabalho das enfermeiras e da farmácia criando um fluxo de informação e melhorando a qualidade do trabalho e conseqüentemente do atendimento

    Pedro Oswaldo Nastri
    Assessor de Imprensa do Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho
    Diretor da Associação Paulista de Imprensa
    (11) 3367-3844 / (11) 3337-2929 / (11) 9927-6210

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