terça-feira, 16 de agosto de 2011

As Margaridas estão chegando em Brasília

A Marcha das Margaridas, que é a maior mobilização de mulheres das Américas, formada por trabalhadoras rurais do campo e da floresta do Brasil, acontece em Brasília, nos dias 16 e 17 de agosto, e tem como tema “2011 Razões para Marchar por Desenvolvimento Sustentável com Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade”.
Coordenada pelo Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais composto pela Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura – Contag, por 27 Federações – Fetag’s e mais de 4000 sindicatos, sua realização conta com ampla parceria. Entre os parceiros destacam-se a participação das centrais sindicais, CTB e CUT.
Brasília vai parar para ver, conhecer e escutar as dezenas de milhares de trabalhadoras do campo e da floresta que chegam à capital a partir de segunda-feira (15). Elas vão compor a Cidade das Margaridas, no Parque da Cidade (ao lado do Pavilhão de Exposições), de onde partem em marcha para a Esplanada dos Ministérios na quarta-feira (17). Antes da marcha em si, uma programação intensa movimenta o Pavilhão do Parque.
No dia 16 (terça-feira), as atividades na Cidade começam às 9h com a inauguração da Mostra Nacional da Produção das Margaridas, onde o público poderá conhecer o artesanato e os produtos da agricultura familiar. Nesse mesmo horário, o IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada aplicará questionário inédito às mulheres sobre as condições de vida, saúde e trabalho.
Às 9h30, acontece o lançamento da Campanha contra os Agrotóxicos, seguida por dois painéis de debate sobre o lema da Marcha deste ano: Desenvolvimento Sustentável com Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade. O primeiro foca em biodiversidade e democratização dos recursos naturais; terra, água e agroecologia; soberania e segurança alimentar e nutricional; autonomia econômica, trabalho e renda. O segundo painel debate saúde pública e direitos reprodutivos; educação não sexista, sexualidade e violência; democracia, poder e participação política.
A abertura política da Marcha das Margaridas está marcada para as 14h, com a participação do filósofo e teólogo Leonardo Boff, já confirmada. No período da tarde, publicações sobre a Lei Maria da Penha e outros temas relativos aos direitos das mulheres oferecem reflexões ao público.
A comissão organizadora apresentou este ano, em nome de todas as agricultoras do campo e da floresta, uma pauta com 158 reivindicações trabalhadas a partir dos seguintes eixos centrais:
Biodiversidade e democratização dos recursos naturais – bens comuns; terra, água e agroecologia; soberania e segurança alimentar e nutricional; autonomia econômica, trabalho, emprego e renda; saúde pública e direitos reprodutivos; educação não sexista, sexualidade e violência; e democracia, poder e participação política .
A maior mobilização de mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta do Brasil tem esse nome, como uma forma de homenagear a trabalhadora rural e líder sindical Margarida Maria Alves.
A sua trajetória sindical foi marcada pela luta contra a exploração, pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, contra o analfabetismo e pela reforma agrária. Margarida Alves foi brutalmente assassinada pelos usineiros da Paraíba em 12 de agosto de 1983.
Em cada uma das três marchas, realizadas nos anos de 2000, 2003 e 2007, a plataforma política e pauta de reivindicações focalizou questões estruturais e conjunturais e aquelas específicas das trabalhadoras do campo e da floresta, todas buscando a superação da pobreza e da violência e o desenvolvimento sustentável com igualdade para as mulheres.


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