domingo, 13 de dezembro de 2009

Isso é coisa de pobre, isso não te incomoda?



O orçamento do governo de José Serra previa no começo do ano quase R$ 300 milhões para investimentos em combate a ações antienchentes, depois da última enchente, descobriu-se que não usou a metade dos recursos.

As explicações dos técnicos em urbanização e engenharia da USP apontam que dois motivos foram os causadores das enchentes que pararam São Paulo. Um, a falta da ampliação do programa do rebaixamento da calha e o bombeamento da águas do rio Tietê.

Outro grande fator complicador foi à diminuição da limpeza pública pela prefeitura, Kassab declarou diversas vezes que se gasta muito com a varrição e limpeza de bueiros. Deu no que deu.

Esses desacertos causaram impacto em toda a região metropolitana e atinge principalmente os bairros mais distantes e com menos estrutura. Pronto, acharam uma saída para as explicações.

José Serra não perdeu tempo, culpou o fenômeno climático e a população que mora perto dos córregos e do leito dos rios, Tietê e Pinheiros. Rico não joga coisas no rio. Ninguém encontra uma explicação porque o nível das águas não volta ao normal.

Nem técnicos da Sabesp, do governo estadual e também do municipal, sabem explicar porque sete depois das enchentes 60 mil pessoas ainda estão sofrendo com a água misturada com esgoto dentro de suas casas e nas calçadas.

Imagens das mais de 10 mil casas são colocadas no ar pelos noticiários da TV, a defesa civil tentando fazer o seu papel, a vida de pessoas que lutam para sobreviver são expostas em frente às câmeras, mostrando a situação em que vivem.

Porque ninguém vê esse quadro antes das tragédias, porque os governantes não visitam a periferia, as regiões de risco, antes das tragédias, porque não pensam que medidas como a do prefeito Kassab que gasta mais com publicidade do que limpeza pública e serviços públicos.

As invasões de áreas seriam mais difíceis se houvesse um controle maior e orientação aos moradores temporários de mananciais e encostas de morros.

Uma política habitacional, Serra e Kassab dificultam muito em viabilizar o programa "Minha Casa. Minha Vida" do governo federal.

Basta ver o que acontece na zona sul, perto das represas de Guarapiranga e Billings. Mas, isso é coisa de pobre.

Muitos se questionam em frente às telas vendo a situação dos moradores desses flagelos sociais, e as autoridades responsáveis pelo direcionamento de verbas e recursos não se sensibilizam.

Não podemos esquecer que meses atrás membros do governo Serra diziam que o bolsa-família é na verdade e um bolsa-esmola, coisa de pobre.

Hoje estão dizendo que se eleitos vão amplia-la. Esqueceram o que falaram, eles (os pobres) compram até televisão com o dinheiro do bolsa-família.

O destino dos recursos públicos, as prioridades das ações de um governo distinguem também os políticos, como Serra e Kassab, identificando para quem eles governam, para a maioria ou para apenas parte dela, as elites.

Invasão de áreas, ruas sem asfalto, merenda escolar com alimentos vencidos, transporte escolar, catadores de material recicláveis, morador de rua, crianças nadando em ruas alagadas, baixa renda, entre outros problemas sociais, não faz parte do cotidiano da elite para quem eles governam.


Um comentário:

  1. Verdade Celso.
    Você precisa por um daqueles rodapés "ENVIE PARA UM AMIGO"

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