quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A lei é 1888, eles não viram o papel


Um é deputado federal pelo Paraná o outro é prefeito da cidade de Toledo, Minas Gerais, ambos têm propriedades rurais em Goiás e Roraima.

Ambos são tucanos, o deputado federal Urzeni Rocha (PSDB-RR), e o prefeito de Toledo (MG), Vicente Pereira De Souza Neto (PSDB), e mantinham mais de 50 pessoas em condições sub-humanas de trabalho em suas propriedades.

A plantação da Fazenda do Prefeito era de batata, e os trabalhadores rurais eram transportados de ônibus e depois recebiam os salários com desconto do transporte, em vez de vale transporte, desconto de seus vencimentos.

Não tinham carteira de trabalho e nem cartão da previdência, dormiam no chão e tinham que dividir por conta própria a comida.

Tinham dez minutos para as refeições porque a batata depois de colhida não pode ficar ao sol, dizia o administrador responsável pela fazenda. E não tinham dia de descanso.

Durante o dia, os empregados consumiam a água captada das torneiras do alojamento. Nas frentes de trabalho, não havia água potável nem instalações sanitárias. O mato era usado como banheiro.

Os trabalhadores afirmaram que dormiam no chão e tinham que dividir as despesas com alimentação, e declararam ter passado fome. O alojamento era uma casa velha sem camas, colchões ou roupas de cama.

Na fazenda do deputado com milhares de cabeça de gado os trabalhadores bebiam água do açude, junto com os animais.

O empregador não fornecia equipamentos de proteção individual (EPIs) e a maioria trabalhava descalço ou de chinelos, sem luvas ou chapéus.

Os trabalhadores dormiam em redes ou colchonetes velhos e sujos. A cozinha tinha apenas um fogão de duas chamas e uma mesa improvisada, sendo que os alimentos e panelas eram colocados no chão. Apenas um banheiro e um chuveiro para todos os trabalhadores.

Por essas e outras que a reforma agrária não sai do papel, ou pior, muitos ainda ignoram o papel, "A lei Áurea", que a Princesa Izabel assinou há muito tempo acabando com a escravidão.



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