A Fundação Maurício Grabois promoveu, nesta sexta feira (03/06) um ato solene no auditório na sede do PCdoB, em São Paulo, para homenagear Nelson Werneck Sodré, que foi oficial do Exército brasileiro (passando para a reserva em 1961 como general de divisão) foi um influente intelectual comunista, autor de 58 livros onde aprofundou o estudo da história do Brasil, das classes sociais em nosso país, investigando ainda a literatura, a imprensa, a cultura, divulgando o pensamento marxista entre nós, além de ter deixado importantes livros de memória, como soldado e como escritor.
A mesa do ato solene foi constituída pelo jornalista José Carlos Ruy (editor da Classe Operária e membro da equipe do portal Vermelho), do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), de Augusto Buonicore (coordenador do ato e secretário-geral da Fundação Maurício Grabois), da professora Olga Sodré (filha do homenageado e curadora de sua obra), do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), do professor Marcos Silva (da Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas e Letras da UPS e autor do Dicionário Crítico Nelson Werneck Sodré) e do historiador Jose Luiz Del Roio, (radialista, político, e ativista social ítalo-brasileiro).
Por sua trajetória, por suas opções e especialmente pela relevância de sua obra, Nelson Werneck Sodré merece todas as homenagens que se costumam prestar aos grandes homens.
Nelson Werneck Sodré é uma das maiores autoridades em história do Brasil e estudos da cultura brasileira. Esta constatação foi unânime no ato em comemoração ao centenário do nascimento do escritor e historiador.
Sua filha Olga, professora e doutora, esteve presente e falou sobre a trajetória de Sodré e registrou a significativa importância do evento promovido pela Fundação Maurício Grabois. Disse que se sentia em casa na sede do PCdoB, onde estava parte de sua história, e defendeu a união da esquerda em torno de um projeto de Brasil.
Olga Sodré afirmou que batalha pela valorização da metodologia científica de Sodré e que luta pelo resgate do seu método marxista como importante elemento científico de pesquisa. Para ela, o escritor e historiador foi um “pai da nação”. A idéia, explicou, surgiu quando fazia pós-doutorado no Instituto de Medicina Social da Uerj, em 2007, e seu orientador, o psicanalista Jurandir Freire, observou a importância que dava ao papel do pai no desenvolvimento psicológico dos jovens. Curioso, indagou quem era seu pai. Quando soube que era Sodré, disse: “Mas esse não é apenas o seu pai! É o ai da nação.”
Ela lamentou que a geração atual não conheça a história e a obra de Sodré. E situou o escritor e historiador no contexto dos anos 1950 e 1960, um período de extraordinária produção intelectual progressista. Em conversas com os estudantes a esse respeito, Olga Sodré disse que tem explicado os acontecimentos dessa época e o que representou o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) — criado em 1952 a partir dos debates sobre a questão do petróleo e dos rumos do desenvolvimento nacional.
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