Uma disputa pelo controle dos contratos da CDHU (Companhia Estadual de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) colocou em risco a recente aliança entre PSDB e PP em São Paulo.
Na última semana, o secretário estadual de Habitação, Silvio Torres (PSDB), e o presidente da companhia, Antonio Carlos Amaral Filho (PP), entraram em conflito pelo comando da comissão de licitações do órgão. A previsão de investimentos da pasta para este ano é de R$ 1,8 bilhão.
Antonio Carlos tomou posse na CDHU no início deste mês, indicado pelo deputado federal Paulo Maluf, presidente estadual do PP.
Na época, de olho nas eleições municipais do próximo ano, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) propôs um aliança ao PP de Maluf e, em troca, entregou a CDHU ao aliado do ex-prefeito.
Antes da parceria com o PP, Silvio Torres acumulava a presidência da companhia e a chefia da Secretaria de Habitação, como é praxe na administração paulista.
Para manter o controle sobre contratos e nomeações estratégicas do órgão nas mãos do PSDB, dias antes da nomeação do afilhado de Maluf na CDHU houve uma mudança nas atribuições do presidente do órgão.
Ficou estabelecido que Antonio Carlos não teria controle sobre a comissão de licitações e a nomeação de diretores regionais.
Na ocasião, o PSDB acordou o esvaziamento das funções da CDHU com Maluf, mas, há cerca de duas semanas, sem avisar o secretário tucano, Antonio Carlos baixou um ato administrativo para retomar as atribuições.
Segundo relatos, os dois discutiram pesadamente. Desde então, o secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo, passou a atuar como bombeiro. Paulo Maluf interveio e pediu ao governador a manutenção do afilhado.
Na próxima segunda-feira, Beraldo, Torres e Maluf se reunirão para discutir um acordo. Procurado pela reportagem, o presidente da CDHU disse que não houve briga, mas admitiu ter patrocinado mudanças "técnicas e administrativas". "Mas não houve nenhuma irritação de minha parte", disse.
Com Folha de S. Paulo
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