O candidato José Serra encerra hoje sua campanha em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral, além de estar por baixo nas pesquisas e ter feito uma desastrosa declaração sugerindo que as mineiras, principalmente as mais bonitas conquistem votos de seus pretendentes para ele, Serra enfrenta a resistência do prefeitos e da população que está com Dilma.
Mesmo com o apoio do senador eleito Aécio Neves (PSDB) e do governador de Minas Gerais Antonio Anastasia (PSDB), a tarefa de transferir votos dados a Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno ao presidenciável tucano José Serra está sendo tratada pelos prefeitos do interior do Estado como uma "missão quase impossível". Serra fez campanha nesta quinta-feira (27) em Montes Claros, no norte do Estado, ao lado de Aécio e Anastasia, na tentativa de superar a adversária Dilma Rousseff, que no primeiro turno bateu o PSDB na proporção de três votos para cada um dado ao tucano na região.
O norte de Minas é o berço do voto "Dilmasia", movimento que ganhou força ao longo da campanha do primeiro turno em favor da reeleição do tucano Anastasia e da candidata petista para presidente. A dificuldade que se impõe ao trio tucano para desmontar a preferência por Dilma no segundo turno é grande porque o confronto real na região não é entre Dilma e Serra.
O deputado Arlen Santiago (PTB-MG) está convencido de que o maior cabo eleitoral de Dilma junto à população mais carente é o Bolsa-Família. "O Aécio está trabalhando muito e o governador Anastasia também tem se esforçado, mas não há prestígio popular e força política que façam frente ao dinheiro dos programas sociais diretamente no bolso do eleitor".
Aliado de Aécio e eleitor de Serra, Arlen fala com a autoridade de quem ostenta o título de parlamentar estadual mais votado no norte de Minas. O prefeito de Padre Carvalho, José Nilson (PDT), confirmou as palavras do deputado dizendo que "o maior adversário do Serra no norte de Minas e Vale do Jequitinhonha é o Bolsa-Família".
O prefeito de Montes Claros, Luiz Tadeu Leite, do PMDB, não contesta a tese de que a briga eleitoral na região é um cabo de guerra entre a força política de Aécio e sua capacidade de transferir votos e o Bolsa-Família, que seduz os admiradores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Leite admite que Aécio e Anastasia estão fazendo um trabalho forte e viraram votos, sem, contudo, ameaçar a supremacia de Dilma na região.
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