sábado, 23 de outubro de 2010

Faustão no lugar do futebol, a Globo dançou

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu, na última quarta-feira, extinguir o direito de preferência da Rede Globo na negociação pelos direitos de TV do Campeonato Brasileiro. O acordo, costurado pelo órgão com a emissora e o Clube dos 13, vale já para a negociação das edições de 2012 a 2014.
O processo que julgava supostas práticas de cartel na negociação dos direitos de transmissão já durava 13 anos.
Nesta quarta, em reunião do Plenário do Cade, a proposta final de extinção da cláusula de preferência foi aprovada pela maioria. Apenas o presidente da sessão, Arthur Badin, não quis homologar o texto proposto pela relatoria, por julgar que as mudanças no atual modelo deveriam ser maiores.
Agora, Globo e Clube dos 13 ficam sob a vigilância do Cade. O acordo celebrado nesta quarta é apenas um termo de cessação de conduta (TCC). Caso o órgão verifique novos indícios de carteis ou o descumprimento do TCC, o julgamento será reaberto.
Até a decisão do Cade, a Globo tinha o direito de cobrir qualquer proposta concorrente, mesmo que ela tenha acontecido em sistema de envelope fechado. Isso significa que ela concorrerá igualmente com suas rivais. Caso vença a disputa, no entanto, ela poderá manter a exclusividade que possui atualmente.
O TCC aprovado orienta que os direitos de TV sejam separados por mídias (TV aberta, TV por assinatura, pay-per-view, internet e celular). Ele não exclui, no entanto, a possibilidade de que uma mesma empresa conquiste todos os contratos.
Também não há exigência alguma quanto ao sub-licenciamento dos direitos. Desta forma, depende da vontade da emissora revender, ou não, a propriedade para as suas concorrentes, tanto na TV aberta quanto na fechada. Para Badin, o Cade deveria aproveitar a possibilidade para tentar minar um possível monopólio.
Jogos durante a semana poderão começar mais cedo
Hoje, o contrato da Globo com o C13 é de R$ 300 milhões por ano, valor que a Record diz cobrir com uma quantia considerável. Além disso, a emissora promete negociar adiantamentos -prática já feita pela Globo.
A mudança proposta que mais afetará o público será no horário dos jogos. A ideia da Record é transferir as partidas do Brasileiro que acontecem às 22h para as 20h30 ou, no máximo, 21h, nas rodadas de meio de semana.
Outra novidade proposta pela emissora pode ser atraente a clubes como Corinthians, Palmeiras e Grêmio, que, neste momento, investem na construção de seus estádios e negociam a venda dos "naming rights".
Ao contrário da Globo, que não menciona nomes de patrocinadores nas transmissões, a Record promete se referir aos estádios pelos nomes negociados com o clube.
Ainda no que se refere à publicidade, a emissora diz que mostrará o painel de patrocinadores no momento em que atletas, comissão técnica ou dirigentes do clube estiverem dando entrevista.
Gente ligada à Record afirma que o projeto será bem recebido por dirigentes porque ele valorizará a marca dos clubes. E acreditam que as ideias podem ser discutidas com os cartolas para que se chegue a um consenso.



Um comentário:

  1. Globo isto é o começo do fim, eo dia que fores, as maltas dirão " já fostes tarde"

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