Após cem dias de Dilma no poder, oposição ainda busca discurso. Oposição na campanha não tinha uma pauta e programas definidos, e agora não tem liderança e nem direção.
Mais de cinco meses depois de ser derrotada nas urnas por Dilma Rousseff, que completa agora seus primeiros cem dias na Presidência, a oposição ainda demonstra dificuldades para encontrar um discurso e solucionar as suas divisões internas
"A oposição precisa ter uma estratégia comum, que ela agora não tem. Como ela não pode vencer votações, a saída é criar alguns constrangimentos para o governo e jogar para a plateia", diz o doutor em Ciência Política pela UFMG Carlos Ranulfo Melo.
Na eleição de outubro de 2010, os partidos de oposição viram suas bancadas se reduzirem tanto na Câmara dos Deputados como no Senado, ficando com apenas cerca de um terço das cadeiras em ambas as casas.
Já em seu primeiro grande teste político, em fevereiro, a base de apoio ao governo Dilma conseguiu impor, com votações expressivas, a aprovação do salário mínimo de R$ 545, tanto na Câmara como no Senado.
Na última quarta-feira, o senador e ex-governador de Minas Aécio Neves (PSDB) – apontado por analistas como uma das principais lideranças da oposição após a disputa eleitoral de 2010 – fez um discurso de cinco horas em plenário, criticando o governo Dilma.
No Senado, assistindo ao discurso, estava o ex-governador paulista e candidato derrotado do PSDB à Presidência, José Serra, citado por cientistas políticos como principal rival de Aécio Neves no PSDB na corrida ao Planalto em 2014.
"No PSDB, existem muitas lideranças disputando a hegemonia do partido, e elas se conflagram. Com isso, não se estabelece uma pauta comum", afirma o cientista político e professor da FGV Cláudio Couto.
"Serra tem a disputa com Aécio pela candidatura presidencial, mas também existe uma disputa em São Paulo entre ele e (o governador Geraldo) Alckmin, que voltou a ganhar importância", acrescenta Couto.
Com BBC Brasil
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