domingo, 10 de abril de 2011

Manifesto contra Bolsonaro vira tumulto

Polícia evita confronto entre manifestantes pró e contra Bolsonaro
Dois grupos, pró e contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), rivalizam no vão do Masp (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista, na manhã deste sábado (9).
De um lado, manifestantes gritam que "ser heterossexual não é ser radical". Eles saem em defesa de Bolsonaro, autor de polêmicas declarações sobre homossexuais e negros.
Outro grupo pede: "Fascistas, morram". Trata-se de uma reação aos simpatizantes de Bolsonaro.
O grupo pró-Bolsonaro tem cerca de 40 pessoas (algumas mascaradas e de cabeça raspada) e, durante a manifestação, entoou algumas vezes o hino nacional. A certa altura, berravam: "Fora, kit-gay".
Também ostentam faixas em que pedem "fora, Battisti" (contra o ex-militante da extrema-esquerda italiano).
Outras bandeiras do grupo: "Pelo direito de educar nossos filhos" e "defendendo a família". São pleitos que vão de encontro às posições de Bolsonaro, abertamente contra demandas como casamento gay e adoção de filhos por homossexuais.
O grupo anti-Bolsonaro é mais numeroso: reúne em torno de 70 pessoas. "Racistas, fascistas, não passarão" é um dos gritos de guerra.
Os cerca de 100 policiais presentes na área não impedem episódios pontuais de violência. Um manifestante do "time Bolsonaro" foi hostilizado por estar próximo ao grupo contrário ao deputado. Ele tomou um tapa ao tentar fugir. Seu agressor estava mascarado.O grupo pró-Bolsonaro tinha apenas duas mulheres entre os e nenhum negro.
Do outro lado, a divisão de gêneros é maior, embora haja pouca participação de negros.
De megafone em mãos, um dos simpatizantes do parlamentar, Eduardo Thomaz, 29, pedia "direitos humanos para humanos direitos". Segundo ele, há respeito à democracia e nenhuma oposição à outra ala da manifestação.
Por volta das 12h30, ele ajudou a organizar a saída "em grupo, pacífica, sem provocações".
POLÊMICA
No mês passado, ao humorístico "CQC", Jair Bolsonaro respondeu à cantora Preta Gil como ele reagiria se seu filho se apaixonasse por uma negra.
"Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu."
No dia seguinte, o parlamentar disse que se confundiu: achou que a pergunta se referia a um hipotético caso homossexual de um de seus filhos, e não a um romance com uma mulher negra.
Depois, voltou à carga contra os gays em várias ocasiões --disse "se lixar para esse pessoal aí".

Com Folha OnLine

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