segunda-feira, 29 de março de 2010

Funcionalismo deveria ser acionista do Governo Serra, do Metrô, das Concessionárias

Nos três primeiros meses do ano várias categorias do funcionalismo público estadual descerraram movimentos por reajustes salariais, os investigadores da policia civil, os delgados que estão em operação padrão, os professores há quase um mês em greve, e os da saúde em estado de greve, e devem parar nos próximos dias.

Muitos estão sem reajustes há cinco anos, outros mais de 7 anos e recebem desde 2000 o vale-refeição de R$ 4,00, conhecido como vale-coxinha, que é o que dá para comprar, e ainda reivindicam planos de carreira, sempre prometido, mas nunca cumprido pelo governo de estado de São Paulo.

O piso salarial de um professor de ensino básico foi estabelecido pelo Ministério da Educação em R$ 950,00, sem qualquer demérito, nenhum professor recebe menos que isso no Piauí.

Acreditem em São Paulo, cantado em prosa e verso como maior estado do país tem professor da rede pública estadual recebendo menos que R$ 900,00. Além de R$ 80,00 como auxilio alimentação, que é 20 dias de trabalho multiplicado por R$ 4,00, olha o vale-coxinha de novo.

A polícia militar paulista é uma das que tem o menor teto salarial, em comparação com outros estados. O orçamento de São Paulo passa da casa dos 130 bilhões de reais. E desde o ano passado quando foi aprovado não previa aumento para o funcionalismo.

A lei de responsabilidade fiscal, LRF, prevê o gasto com o funcionalismo em média 47% e no máximo 49% do orçamento, o governo Serra nesses últimos três anos manteve a média de 41% do orçamento com a folha do funcionalismo público, portanto 8% abaixo do limite.

Cada um por cento representa quase um bilhão e meio de reais, e os funcionários estaduais não receberam nenhum reajuste. Os que receberam abono ou valores do plano de incentivo alegam que abono não é salário, e não é mesmo.

O deputado Sidney Beraldo que responde pela secretaria da Gestão Pública até quarta-feira, se afasta para se candidatar a deputado federal, declarou ao jornal Valor Econômico nesta semana ao ser indagado sobre o teto da LRF e as reivindicações salariais do funcionalismo:

A decisão foi política, preferimos investir em obras que poderão ser usada por toda a sociedade”. E ainda completou, “se dermos o dinheiro para os servidores, se comprometemos muito as despesas, não podemos fazer obras como o Rodoanel, estradas e o Metrô”.

O secretário Beraldo ainda disse, “Que não podemos aumentar o vale-refeição de R$ 4,00 para R$ 14,00, o cobertor é curto, não dá para fazer tudo”. Será que ele também come coxinha no almoço, é a dúvida que fica.

O secretário da Gestão Pública foi direto em suas respostas ao repórter, mas deve ter pensado, “Em vez de pagar o funcionalismo é melhor fazer rodoanel, estradas, que ainda dá para encher de mais pedágios”.

Penso que todos os funcionários estaduais deveriam reivindicar ações das estradas, do Metrô, pois segundo Beraldo, é com arrocho do funcionalismo que o governo Serra consegue construir.

Já que o Governo Serra não usa a margem da verba disponível do orçamento para dar aumento ao funcionalismo e prefere utilizar em obras, pelo menos deveriam dar aos servidores públicos ações, do Metrô, do Rodoanel, das praças de pedágio.

O funcionalismo poderia ter ações das diversas concessionárias das estradas paulistas que têm 177 pontos espalhados pelo estado e que cobram as tarifas de pedágios. Com a inauguração do novo trecho do Rodoanel está prevista a criação de mais 12 praças de pedágios.

Um comentário:

  1. Vocês ainda não viram nada... Deixa ver o estrago que será, caso o Mordomo do Castelo Mal-Assombrado vire presidente.

    ResponderExcluir