quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Até FHC criticou Serra pelo abuso de temas religiosos

Segundo a CNBB, os bispos têm o direito e o dever de orientar os fiéis em assuntos relacionados à fé e à moral cristão. Contudo, ressalta que apenas a Assembleia Geral, o Conselho Permanente e a Presidência estão autorizados a falar em nome da CNBB.
“Lamentamos profundamente que o nome da CNBB – e da própria Igreja Católica – tenha sido usado indevidamente ao longo da campanha, sendo objeto de manipulação. A CNBB é um organismo a serviço da comunhão e do diálogo entre os Bispos, de planejamento orgânico da pastoral da Igreja no Brasil, e busca colaborar na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária”, diz a nota.
Em entrevista coletiva, o secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, condenou a manipulação de temas religiosos, como a defesa da vida, com interesse eleitoral.
“A gente pode perceber que existem manipulações, às vezes, de aspectos da religião com interesses ideológicos. E isso não é deste processo eleitoral, vem de outras épocas. Sem dúvida alguma, nas outras eleições isso também aconteceu”, disse Dom Dimas.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou também o uso de temas religiosos na campanha dos candidatos à Presidência que disputam o segundo turno das eleições. FHC também disse que temas como aborto e drogas não devem ser eleitorais.
“Eu nunca entrei nesses temas religiosos em campanha. Eu acho que as pessoas têm todo o direito (de discutir). E acho que os políticos não devem confundir a questão do Estado com a questão confessional”.
“Questão sobre aborto não é eleitoral, como a questão da droga”, afirmou FHC, que é um dos principais defensores da liberação da maconha no Brasil. “Que as pessoas discutam (sistemas) é natural, mas acho uma questão de convicção pessoal, e não uma questão política”. A campanha de Serra além de usar temas religiosos distribuíram milhares de panfletos contra Dilma em igrejas, fixaram cartazes em postes na periferia das cidades e entregaram de casa em casa.


Nenhum comentário:

Postar um comentário