O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, defendeu durante a sabatina promovida pelo portal UOL e o jornal Folha de S.Paulo, o modelo de pedágios nas rodovias de São Paulo.
Tema recorrente nas críticas dos adversários na corrida eleitoral Celso Russomano (PP) e Aloizio Mercadante (PT), o preço dos pedágios não foi abordado pelo tucano. Ele evitou responder se achava os preços nas praças altos. “Eles estão mal informados”, disse.
E completou: “Pretendo analisar caso a caso.”Em sua defesa dos pedágios, Alckmin disse que já recebeu reclamações de prefeitos que tiveram fechadas uma praça de pedágio em seu município, uma vez que 5% da renda bruta vão para os munícipios. "A concessão feita em São Paulo é bem sucedida".
Serra acha alto custo dos transportes, devido aos pedágios que ele mesmo criou
Em postagem no Conversa Afiada, Serra deu uma de malandro ao citar o “custo do transporte” sem citar a palavra “pedágio”, na maior cara-de-pau. Sua malandragem foi maior ainda quando deslocou o problema para o porto de Paranaguá, no Paraná. Os caminhoneiros que fazem frete de Mato Grosso, muitas vezes escolhem o porto de Paranaguá, porque os pedágios, ainda que caros, são menores do que para levar ao Porto de Santos (SP).
Um caminhão carregado de soja, de Rondonópolis (MT) até o porto de Santos, pagaria R$ 1.095,50 de pedágio para atravessar os 10 postos de pedágios, todos nas rodovias paulistas pedagiadas por Serra. Realmente é um absurdo.
Os caminheiros percorrem 98 km a mais para levar à Paranaguá, mas são 4 postos de pedágios a menos, e os valores são mais baratos.
Os pedágios paulistas arrecadam R$ 168,09 por segundo, ou seja, R$ 605.124,00 mil por hora, R$ 14.522.976,00 milhões por dia e R$ 435.689.280,00 milhões por mês. São 227 praças de pedágio em 2010. Todas construídas pelos tucanos, em 1997 eram 40 praças. Em 2010 são 227. Só no governo Serra de 2008 pra cá já foram inauguradas 71 praças de pedágio
O que acha quem paga altas tarifas sobre os eleitores de Serra e Alckmin:
segunda-feira, 09 de agosto de 2010 | 07:00
ResponderExcluirUma sinuca de bico
Carlos Chagas
Qual o maior cabo eleitoral dos candidatos a deputado federal de um partido, nos estados? Erra quem supõe ser o candidato a presidente da República. Tem sido, através de sucessivas eleições, o candidato a governador. Numa palavra: se este vai bem, puxará os votos dos concorrentes à Câmara Federal filiados ao seu partido. Se vai mal, deixa-os órfãos. A relação é a mesma, com as exceções de sempre, para os candidatos a senador. Eles também dependem de quem disputa o governo estadual.
Essa evidência não beneficia o PT, cujas bancadas o presidente Lula gostaria de ver aumentadas como forma de sedimentar o governo Dilma Rousseff, se ela for eleita. Porque dos companheiros que pretendem ser governadores, apenas Tarso Genro, no Rio Grande do Sul, Jacques Wagner, na Bahia, e Tião Viana, no Acre, são favoritos. Nos demais estados onde o PT tem candidato próprio, eles patinam. Como a regra não vale para os estados onde o PT apóia candidatos a governador de outros partidos, eis uma receita de frustração para a estratégia do presidente Lula.
O risco é de o PT manter suas atuais bancadas na Câmara e no Senado e até de vê-las diminuídas. Um passaporte para a submissão de Dilma ao PMDB, vale repetir, se ela vier a ser vitoriosa. Porque o PMDB, por inércia, permanecerá o maior partido no Congresso.
Em alguns estados o PT escolheu mal seu candidato a governador. Em outros, viu-se obrigado a abrir mão da tentativa, até pela força, em nome da coligação com partidos da base oficial. Não será ainda desta vez que um presidente petista disporá de um Congresso também petista, não obstante a formação de blocos majoritários com partidos aliados. A experiência prova que essas maiorias não são confiáveis, tornando-se necessário negociar caso a caso os projetos de interesse do governo, em acordos que custam muito caro.
É claro que o PMDB jamais assumirá a condição de tutor do governo, sequer de condômino do poder. São uns artistas, os seus dirigentes. No próximo período presidencial, como no atual e no anterior, o partido apresentou faturas em particular e bateu palmas para o Lula, de público. Não é por acaso que deteve seis ministérios e montes de altos e baixos cargos na administração federal. No mínimo, exigirá o mesmo de Dilma, como exigiria coisa igual de José Serra.
Tudo de forma muito sutil, entre sorrisos de admiração e loas de uma falsa submissão. Daí o sonho do Lula de quebrar essas algemas com o aumento das bancadas do PT, ironicamente desfeito pela necessidade de alimentar o PMDB nas disputas pelos governos estaduais. Em suma, uma sinuca de bico.
Desinteresse
Cada eleição presidencial tem suas peculiaridades. Algumas empolgam o país muitos meses antes. Outras, nem tanto. Em alguns casos, sabe-se com antecedência quem será o vitorioso. Como também pode sentir-se a dúvida levada até o dia da votação. Não há relação necessária entre as duas situações referidas. Um candidato que já se sabe vencedor pode continuar eletrizando o eleitorado, fenômeno verificado com Jânio Quadros, assim como uma eleição de resultados ainda indefinidos como a atual pode dar sono em todo mundo.
Até agora prevalece uma espécie de desinteresse pelas eleições de outubro, talvez pelo fato de faltar empatia aos candidatos, nenhum deles com propostas capazes de sensibilizar as massas. O primeiro debate entre eles confirmaria o que expomos, não fossem as bissextas intervenções de Plínio de Arruda Sampaio, por certo incapazes de mudar o quadro.
Na terça-feira da próxima semana começa o período de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, mas, fora algum inusitado, a pasmaceira deverá continuar. Enganam-se os que jogam todas as fichas numa reviravolta empolgante.