De um lado a agricultura de alta tecnologia, com aviões modernos, GPS para o manejo da terra, colheitadeiras e plantadeiras de última geração, que fazem tudo parecer mais fácil. Do outro, a agricultura familiar, com produção manual, em menor escala, que dá preferência a culturas típicas da região. Em Uruçuí, esses dois mundos têm se encaixado perfeitamente. O sucesso do primeiro eleva a renda da população e turbina, indiretamente, o resultado do segundo.
A piauiense Maria da Conceição de Souza, de 42 anos, é um exemplo dessa "corrente de bonança". Só com a horta, ela embolsa R$ 500 por semana. Isso sem contar a renda com a venda de frangos (que acompanha um maço de cheiro-verde), doces em compota e a tradicional cajuína. Maria mora na comunidade Santa Tereza (em Uruçuí), assentamento criado em 2001, onde vivem cerca de 70 famílias.
Para a pequena agricultora, a ordem é não desperdiçar. Tudo no seu terreno, de 30 hectares, vira dinheiro. Seja um cacho de banana ou as mangas, que em outras propriedades acabam apodrecidas no chão. Aliás, sua próxima experiência é a venda da polpa de manga. Com todo esse empreendedorismo, Maria tem 105 cabeças de gado e já comprou o primeiro veículo: um caminhão F4000, que custou R$ 98 mil. A metade foi paga à vista e o resto, parcelado, conta ela, que recomeçou sua vida com um empréstimo de R$ 17 mil do governo federal. "Você não imagina como foi a minha vida. Hoje sou rica."
Maria é filha de índios e foi expulsa de sua terra ainda na adolescência. A primeira vez que pôs roupa tinha dez anos, quando conheceu a cidade. Mãe de três filhos, não faz questão de luxo. A casa tem poucos móveis e o refrigerador onde guarda os doces. Também tem um computador, usado pelos filhos. "Mas não tem internet", lamenta a mais nova.
Com a banda larga da Eletrobras que vem aí e poderá beneficiar também os moradores de locais mais distantes e chegar até as propriedades rurais onde a rede atual não chega e com preço mais acessível. Permitindo mais acesso a informações e até ajudando os pequenos produtores rurais chegar a novos mercados.
Com informações do Estadão
Um bom exemplo para esse mundo cheio de falças verdades.
ResponderExcluirAbraços