Segundo dados do TSE, a bancada federal do PMDB-SP tem diminuído pleito a pleito desde 2002, saindo de quatro deputados em 2003 para apenas um em 2011. Na Assembleia Legislativa, o quadro não se alterou nas últimas eleições, mantendo-se em quatro deputados estaduais. Já os prefeitos do partido no Estado foram de 112 eleitos em 2000 para 71 em 2008.
Rompimentos de palavra, articulações sem consultas às bases e o alinhamento com PSDB à revelia da decisão nacional de se coligar com PT são alguns dos motivos elencados pelos aliados de Temer para explicar o fracasso do PMDB paulista nas últimas eleições.
"O Quércia sustentou o PMDB financeiramente por muito tempo e, por isso, achava-se o dono do partido", descreve um peemedebista que participou das articulações para a dissolução do diretório estadual, e que garante ter sido traído mais de uma vez pelo ex-governador. "Ele não deixava ninguém crescer no partido, e negociava pelas nossas costas."
Outros dirigentes apontam a falta de candidaturas para o executivo como fator central para a retração das bancadas. "Quando você tem um candidato ao executivo puxando votos, você ajuda a eleger bancadas de vereadores e deputados", exemplifica o prefeito de Rio Claro, Du Altimari.
Na avaliação de outro peemedebista, que pediu para não ser identificado, o padrão de infidelidade partidária simbolizado pelo racha entre os diretórios estadual e nacional em 2010 também foi um entrave para o crescimento das bancadas. Segundo ele, vários diretórios municipais apoiaram candidatos a deputado de outras siglas, transformando o PMDB num partido de aluguel. "Por isso o PMDB cresce em outros estados e continua pequeno em São Paulo", diz.
Faxina. A unificação do partido será, inclusive, uma das prioridades da nova comissão provisória. "Para o partido voltar a ser grande em São Paulo, é fundamental que haja respeito à fidelidade partidária", aponta Baleia Rossi. Segundo um peemedebista que falou sob a condição de anonimato, a comissão provisória terá poder para "intervir" e "limpar" os diretórios infieis.
Todos concordam, no entanto, que a tendência é de que o partido se fortaleça para as próximas eleições. "Precisamos acreditar no Michel Temer como um vencedor que conduziu o partido nacionalmente e que pode fazer o partido crescer em São Paulo", resume o presidente municipal da sigla em São Paulo, Bebeto Haddad.
PMDB tenta fugir da pecha de partido aliado do PSDB, mas por enquanto fica mesmo o perfil dos últimos anos, Partido Mais Dividido do Brasil.
Com infomações do Estadão
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