O Tea Party ( o DEM americano) e o Partido Republicano (os tucanos dos EUA)
“O Tea Party foi fundado e é organizado por grupos que querem mover o Partido Republicano ainda mais para a direita.
Nós, da esquerda, invejamos isso, porque não temos uma grande instituição empurrando o Partido Democrata para a esquerda”, diz David Swanson.
Em artigo de 3 de novembro para o jornal estadunidense The Nation, o editor da publicação, Richard Kim, lista algumas palavras-chave do movimento: constituição, liberdade individual, empreendedorismo, capitalismo, orçamento equilibrado e o fim da escravidão da dívida.
“Cerca de 30% do Tea Party seria mais libertário que republicano, mas há muita sobreposição”, lembra Medea Benjamin. Libertários são aqueles que defendem, antes de tudo, as liberdades individuais, especialmente as de pensamento e ação. Para eles, o poder deveria ser exercitado por associações de indivíduos livres, e não por um Estado coercitivo.
Assim, destaca Swanson, “entre os que compareceram às urnas [em novembro], está incluída uma minoria que se opõe à guerra e ao Exército do mesmo modo em que se opõem a qualquer coisa que o governo faça, porque – em um modo estadunidense único de ser – se opõem à própria ideia de governo”.
Tais posicionamentos já fizeram surgir certas “tensões” entre republicanos e membros do movimento. Segundo Mark Weisbrot, um dos temas no qual eles não estão de acordo é a Guerra do Afeganistão. O Tea Party defende seu fim. “Uma boa parte de sua base não acredita em império. Isso é verdadeiramente geral: a crença de que os EUA devem controlar o mundo é quase universal entre a elite, mas não é tão popular entre a maioria dos estadunidenses, especialmente entre os menos educados, que estão mais propensos a morrerem em guerras imperialistas”, explica.
Ao mesmo tempo, muitos integrantes do movimento defendem as bandeiras mais caras à direita, como o repúdio ao casamento gay e à imigração e o incentivo à abstinência como melhor forma de prevenção à Aids.
De acordo com Medea, os republicanos mais moderados estão preocupados com o fortalecimento do enraizamento do Tea Party, que, segundo ela, atacará aqueles republicanos que se recusarem a apoiar suas iniciativas. “Isso moverá o sistema político para a direita, a não ser que a esquerda se mobilize para contra-atacar”, alerta.
Com Brasil de Fato
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