sábado, 15 de janeiro de 2011

Governo Alckmin: Arrocho salarial vai continuar

Alckmin seguirá política salarial de Serra
Funcionalismo não terá reajuste linear, diz secretário de SP
Chefe da Casa Civil de Alckmin descarta dissídio coletivo e diz que aumento será dado de acordo com categorias
O governo Alckmin repetirá a política salarial do antecessor, José Serra, e não concederá reajuste generalizado ao servidor do Estado.
O chefe da Casa Civil, Sidney Beraldo, descartou ontem um aumento linear para o funcionalismo. Segundo ele, reajustes serão concedidos segundo as categorias.
Os servidores do Estado têm a data-base em 1º de março. O projeto, fixando data para revisão da remuneração do funcionalismo, foi apresentado em 2005 pelo próprio Geraldo Alckmin.
Mas só foi sancionado por Claudio Lembo -vice de Alckmin que assumiu o governo quando o tucano se afastou para concorrer à Presidência- em 2006. Desde então, os servidores nunca tiveram reajuste linear.
"Não temos dissídio coletivo. Nossa estratégia é ir atendendo de acordo com cada categoria", afirmou Beraldo.
A hipótese de não conceder aumento está no primeiro parágrafo da lei, segundo a qual a criação de uma data "não implica, necessariamente, reajuste".
Esse deverá ser mais um nó da turbulenta relação do governo do PSDB com o servidor. Segundo Beraldo, Alckmin pediu uma melhor comunicação com o servidor.
"Talvez tenhamos, e isso que o Geraldo pediu que fizéssemos, de aperfeiçoar a relação. Como podemos ter uma comunicação melhor com nosso servidor?"
Para Beraldo, parte dessa dificuldade vem da proliferação e politização das entidades que representam o servidor. "Você tem alguns sindicatos politizados. Tem toda uma lógica política", disse.
Secretário de Gestão do governo Serra, que não deu aumento ao funcionalismo público durante os quatro anos que esteve a frente da secretaria, Beraldo diz que houve avanços para os servidores na administração passada. Segundo ele, a folha de pagamento teve crescimento de 10% acima da inflação.
Beraldo reconhece, porém, que Serra resistia à pressão de corporações, por ter "forte um entendimento de que nem sempre atendendo uma corporação você contribui para o desenvolvimento econômico-social".
Beraldo disse que a intenção do governo é criar canais de comunicação com servidor para além de sindicatos.

Celso Jardim com Folha de S.Paulo

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