segunda-feira, 12 de abril de 2010

"Não mandei matar, só dar seis tiros"


É quase sempre assim, no interrogatório de Vitalmiro Moura, o Bida, que durou cerca de 40 minutos, o fazendeiro negou que tenha qualquer envolvimento na morte da missionária Dorothy Stang.

Ele afirmou ser apenas uma vítima no processo, negando que as declarações feitas por Amair Feijoli, apontando-o como mandante do crime, sejam verdadeiras. Segundo ele, a testemunha quis se beneficiar com a delação premiada, não se preocupando com a verdade dos fatos.

No decorrer do depoimento, o acusado não respondeu às perguntas feitas pela acusação. Indagado pelo juiz Moisés Flexa, Viltamiro confirmou conhecer os demais réus no processo, mas esclareceu que Amair Feijoli, Rayfran Sales e Clodoaldo Batista nunca trabalharam como seus empregados.

Disse ainda que teve relação comercial com Regivaldo Galvão, de quem estava comprando uma fazenda e já havia pago uma parte. Dando continuidade ao interrogatório, ele declarou também que estava em Altamira no dia do crime e que não tinha qualquer motivo para querer a morte da missionária.

Além disso, afirmou que não acolheu os executores (Rayfran e Clodoaldo) em suas terras e, quando soube que os mesmos estariam escondidos em sua fazenda, expulsou-os do lugar.

Edson Cardoso e o assistente Aton Fon Filho dividiram o tempo reservado e pediram que os jurados reconheçam o réu como mandante do assassinato de Dorothy Stang.

Um dos matadores em depoimento disse que Bida tinha interesse em matar Dorothy porque sofreu punições provocadas por denúncias feitas pela missionária, que causou multa de R$ 3 milhões por registro de trabalho escravo em sua fazenda.

A acusação sustenta a tese de homicídio triplamente qualificado (promessa de recompensa, motivo torpe e uso de meios que impossibilitaram a defesa da vítima). Depois de três julgamentos, o primeiro foi anulado, no 2º absolvido, e agora Bida foi condenado a 30 anos.
 
Dorothy Stang, era brasileira naturalizada, chegou ao Brasil em 1966, e passou a lutar pelas populações carentes, buscando dignidade de vida para todos.  
No dia 12 de fevereiro de 2005 seis tiros soaram no calor da manhã ensolarada de Anapu, estado do Pará.
Seis balas penetraram a cabeça, o coração e as entranhas de uma mulher idosa em anos e jovem de coração.  
Seis vezes a irmã Dorothy Stang teve seu corpo perfurado e sua vida liquidada por aqueles a quem incomodavam seu compromisso e sua ação em favor dos camponeses da Amazônia.

(Com informações do site Última Instância)

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