Em flerte com o PMDB, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), espera o resultado das eleições para definir seu destino político. Dependendo da bancada de aliados eleitos em outubro, poderá se filiar ao PMDB para tentar assumir o comando do partido no Estado.
Em conversas, Kassab tem defendido a fusão de seu partido com o PSDB. Mas não descarta sair do Democratas. Ele fatalmente trocará de sigla caso o DEM não eleja bancada de no mínimo 51 deputados para garantir estrutura ao partido na Câmara. Se o DEM atingir esse piso, ele poderá ficar e disputar com Rodrigo Maia (RJ) o controle nacional do partido.
O número de aliados eleitos para o Congresso também pesará para o futuro do prefeito. Dono de bancada robusta, Kassab terá boa acolhida em diferentes partidos. O prefeito nega e afirma que este não é o momento para a discussão. "Isso é coisa de adversário tentando desestabilizar a campanha. É só falarem para eu aparecer ao lado de Alckmin", reage.
Presidente municipal do PMDB e autor do primeiro convite a Kassab, Bebeto Haddad diz que tem conversado com o prefeito sobre a proposta. "Eu, Michel [Temer] e Quércia concordamos com a filiação de Kassab."
Um dos empecilhos à migração de Kassab é o vice-presidente estadual do PMDB, Jorge Caruso. Em 2008, ele se pôs à disposição para disputar a Prefeitura de São Paulo. Acordo entre Quércia e Kassab, no entanto, o rifou da disputa.
No cenário atual, com o adoecimento de Quércia, Caruso desponta como possível próxima liderança peemedebista no Estado. "Acho que tudo isso ainda está muito no campo da especulação. Uma mudança dessas [Kassab se filiar ao PMDB] teria que ser discutida no partido", disse Caruso.
Ronaldo Caiado, César Maia, Agripino Maia, entre outros menos votados dão esperança aos demos de se elegerem e não ter que acabar com o partido. O único governador eleito em 2006 foi o José Roberto Arruda que todos já sabem do triste final.
Tá difícil segurar a bandeira do DEM, o caminho é mais uma mudança de sigla, desde op nascimento de seus idealizadores a UDN, passando pela Arena, chegando ao PFL, e no final a demonização total, o DEM. A última esperança é José Serra, caso seja eleito, e o partido ter a vice-presidência com o Indio da Costa do DEM.
* Celso Jardim (com a FolhaOnLine)
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