Mais um tabu cai para desespero da imprensa golpista e da elite da massa cheirosa paulistana que devem estar achando horríveis esses novos números da FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.
A vítima da exclusão social, inclusive aquela que acaba indo morar nas ruas, torna-se a culpada pelo seu desemprego. Para os padrões atuais, a pessoa está nessa situação porque não se preparou para o mercado, porque não fez direito a lição de casa, e geralmente vem do nordeste, é o que dizem os cheirosos.
Apesar de fatores como demência, abandono, drogas e álcool serem responsáveis por levarem algumas pessoas a viverem nas ruas, a exclusão social e econômica ainda é a grande vilã.
Os números da FIPE apontam que quase metade dos moradores de rua do centro da capital paulista (46,2%) veio do Estado de São Paulo. Primeiro choque por que a massa cheirosa, (por fora, mais por dentro...) fala para quem quiser ouvir “Esse povo tem que voltar para seu estado de origem”.
No país inteiro estima-se que existam 30 mil moradores de rua e a metade está em São Paulo, perto de 14 mil pessoas de acordo com o estudo, isso significa que uma parte considerável da população em situação de rua é de origem local, ou de regiões próximas, sem ter migrado do campo para a cidade.
Calcula-se hoje que são quase 14 mil moradores de rua em São Paulo, pior ainda é que desse total, quase sete mil, 27,7% são da cidade de São Paulo, sendo 12,8%, do interior do Estado e 5,9%, da Grande SP.
Na divisão por regiões brasileiras a pesquisa aponta que a maioria dos sem-teto do centro (57,7%) provém do Sudeste. Do Nordeste e do Norte, regiões mais pobres do país, vieram 33,1% e 0,6%. Do Sul, são 6,5% e do Centro-Oeste, 1,5%.
Está fora da realidade quem diz “Dá uma passagem de ônibus para eles voltarem para sua terra”, pois a metade dos moradores rua do país é daqui mesmo, do estado paulista. Em 2000, quando foi feito o censo anterior, eram 8.706 pessoas nessa situação. Em nove anos, as ruas ganharam mais de cinco mil pessoas.
Nos últimos seis anos durante a gestão Serra/Kassab na prefeitura de São Paulo foram cortados mais de 30% dos recursos da assistência social e programas sociais e vários locais de triagem foram desativados e outros que serviam de abrigos foram fechados. Para os demotucanos essa população de rua é invisível, eles não têm um outro olhar.
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