sábado, 8 de maio de 2010

Um navio de histórias

   
O governo Lula inaugura o primeiro navio petroleiro brasileiro depois de 15 anos da construção naval ser enterrada no governo FHC. O petroleiro foi lançado ao mar com o nome do marinheiro João Cândido.

O nome foi escolhido em homenagem  a João Cândido, que liderou a Revolta da Chibata em 1910, contra os maus tratos impostos aos marinheiros brasileiros.

Ao lado do filho de João Cândido, o Ministro da Igualdade Racial, Eloi Ferreira, agradeceu ao presidente Lula por ter aceito o desafio de batizar o navio com o nome de João Cândido, uma sugestão do movimento negro brasileiro.  

No dia 22 de novembro de 1919, João Cândido liderou, na Baia de Guanaba, um levante a bordo dos principais navios da Marinha brasileira. 

Na época o líder do movimento, João Cândido juntou-se a outro marinheiro, Francisco Dias Martins, vulgo "Mão Negra", que tinha facilidade para escrever, e tinha ficado famoso por uma carta, sob este pseudônimo, aos oficiais contra a chibata em recente viagem ao Chile.

A carta continha o clamor para acabar com os castigos corporais, melhorar a comida e pela anista a todos os revoltosos. E a ameaça, "Senão, a gente bombardeia a cidade, dentro de 12 horas". 

"Não queremos a volta da chibata. Isso pedimos ao presidente da República e ao ministro da Marinha. Queremos a resposta já e já. Caso não a tenhamos, bombardearemos as cidades e os navios que não se revoltarem."

A música do vídeo retrata os acontecimentos da Revolta das Chibatas, e de seu líder João Cândido e sua letra foi alterada pela censura durante o golpe militar de 64, a versão censurada aparece na legenda.

A reativação da construção naval marca mais uma diferença entre os governos do presidente Lula e de FHC, o progresso do presente e a estagnação do passado. O navio leva o nome de um brasileiro, um líder negro admirado por todos.

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