segunda-feira, 26 de julho de 2010

O trabalho escravo é coisa do DEMônio

Ontem, 25/07, foi o dia do trabalhador rural e como presente a categoria ganhou mais uma péssima notícia dos descasos cometidos contra o trabalho no campo, se não bastasse a defesa da presidente da CNA - Confederação Nacional da Agricultura, Kátia Abreu ao ser contra a obrigatoriedade da exigência das condições mínimas do trabalho rural.
A Senadora Kátia Abreu(DEM) é uma das maiores opositoras do combate ao trabalho escravo contemporâneo. Quando Deputada Federal, defendeu os produtores rurais flagrados cometendo esse tipo de crime e atuou contra "regras que não precisariam ser escritas desde o fim das senzalas", como fornecer água potável e construir banheiros nos alojamentos.
A senadora reclama dessas normas dizendo que elas são fruto de preconceito ideológico contra a propriedade privada. Na verdade, não parecem ser contra o capitalismo, mas sim a favor do trabalho assalariado e, com garantias e direitos, que é da natureza do próprio capitalismo. Não cumprir essas regras seria restituir uma ordem medieval do trabalho.
E constantemente deparamos com notícias de trabalhos como se opõe a Senadora Kátia Abreu(DEM). essa semana treze trabalhadores que viviam em situação análoga à escravidão foram libertados de uma fazenda de criação de gado no distrito de Vista Alegre do Abunã, município de Porto Velho, em uma ação conjunta do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Polícia Federal.
No grupo de trabalhadores tinha um adolescente de 15 anos e viviam em barracos de lona em clareiras na mata. De acordo com o MPF, todos os funcionários, inclusive o menor, manuseavam substâncias tóxicas para limpeza de pasto, sem equipamentos de proteção.
O agenciador dos trabalhadores rurais, que é chamado de "gato"  foi preso por manter os trabalhadores no local e porque tinha uma arma de fogo sem registro. O dono da fazenda não estava na propriedade, o que impediu que fosse preso em flagrante, mas responderá pelas mesmas acusações.
Depois do flagrante o fazendeiro pagou os direitos trabalhistas e indenizações a cada um dos trabalhadores por danos morais e pela insalubridade de suas atividades. Vai pagar ainda uma indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 100 mil, cuja destinação ainda será determinada pelo Ministério Público do Trabalho.
Agente do ministério explicou que não houve relato de ameaça de violência para que os trabalhadores não deixassem o local, mas havia a cobrança pelos alimentos consumidos, que eram descontados dos salários.
A cobrança pelos víveres, somada às condições degradantes de moradia, caracterizam a condição análoga à escravidão. Os trabalhadores foram encontrados no dia 14, mas chegaram apenas na última semana à cidade de Porto Velho, onde poderão retomar suas vidas. O menor foi entregue à mãe.
Esse caso descoberto há 10 dias retrata mais um exemplo de trabalho escravo e de falta de condições mínimas de trabalho, como local para pernoitar, falta de condições de higiene e  além de não oferecer alimentação o proprietário da fazenda descontava do salário, sempre atrasado, valor alto para refeições sem qualidade.
É isso, a falta da obrigatoriedade de condições mínimas para o trabalhador rural que defende a a presidente da CNA, Senadora Kátia Abreu do DEM, partido do vice Indio da Costa que faz parte da coligação com o candidato José Serra.

Um comentário:

  1. Isso ainda é um dos maiores problemas do Brasil, e o qual me dá mais vergonha. Katia Abreu esta, obviamente, falando o que se espera ouvir de alguem com a ambição política dela, mas prefiro manter o meu pé atrás....Ruralista defendendo trabalhador do campo é coisa rara, é mais fácil achar uma agulha num palheiro...Infelizmente.

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