Veio ao país só para acenar, pegar criança no colo e ver capoeira?
Diante da escalada da chamada "guerra cambial" global, o Brasil está se preparando para iniciar processos na Organização Mundial do Comércio contra a política dos EUA para o etanol e sobre barreiras de importação de carne na União Europeia, disseram fontes empresariais e governamentais.
Essas medidas são parte de um conjunto de iniciativas do governo Dilma para combater a supervalorização do real, que prejudica a balança comercial brasileira.
Em menos de dois anos, o real se valorizou em mais de um terço frente ao dólar. As autoridades brasileiras consideram que está em curso uma "guerra cambial," pela qual diversos países tentam manter suas moedas desvalorizadas, obtendo assim maior competitividade para suas exportações.
Economistas calculam que o superavit comercial brasileiro cairá para US$ 8 bilhões de neste ano e para US$ 5 bilhões em 2012. Em 2010, o superavit foi de USS$ 20 bilhões, o menor em oito anos.
Sendo um dos maiores produtores agrícolas do mundo, o Brasil tradicionalmente defende a liberalização do comércio agrícola e a redução dos subsídios das nações ricas aos seus produtores.
Recentemente, o país ganhou um processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a ajuda do governo dos EUA aos seus produtores de algodão.
A próxima etapa será questionar o subsídio de Washington ao etanol derivado de milho e as barreiras tarifárias à importação do etanol brasileiro, produzido a partir da cana, que é mais barato. Brasil e EUA são os dois maiores produtores e consumidores mundiais de álcool combustível.
"Estamos trabalhando com os nossos advogados e iremos fornecer ao governo a documentação necessária para seguir adiante," disse Marcos Jank, presidente da influente União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), que reúne usinas de açúcar e álcool.
Em visita ao Brasil, o senador republicano John McCain disse que a OMC provavelmente consideraria ilegal o subsídio ao etanol norte-americano.
Como o Brasil não pode, realmente, abrir mão das negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC) – leiam nota acima – é preciso que os EUA não insistam na proposta de rever as bases para um acordo que praticamente estava pronto e retomem as negociações em Doha.
Estas são possíveis e precisam ter como base a redução de seus subsídios agrícolas e reformas nas regras antidumping – concessões só possíveis na OMC e a prioridade a acordos setoriais na área industrial.
Nossa expectativa, então, é que os EUA sejam um parceiro do Brasil na luta pela redução das elevadas tarifas agrícolas dos europeus e dos asiáticos. Alcançada essa parceria, não há dúvidas de que Brasília e Washington têm uma ampla agenda de cooperação e interesses mútuos na questão tecnologica e ambiental.
Com Agência Reuters
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